08 outubro 2006

Onde está Jôka P. ?





Encontrei essa foto abrindo gavetas e velhas caixas numa tarde de chuva em Copacabana. Colégio Cirandinha, pré-primário - 1964.

Lembro muito pouco de meus colegas, o gordão era meu amigo, o Manuel Thomás. As meninas de pé atrás de mim, no centro da foto, Mônica Amaral de branco e Ana Cristina (Ana cretina), de vestido xadrês. Mônica "não tinha modos", então a mãe dela, uma senhora de alta-sociedade mandou a menina pra Socila, um curso de boas maneiras famoso na época.

Mamãe mandava sandwiche de pão com goiabada na lancheira, que eu dividia com uma família de ratos famintos no fundo do pátio. Eles eram os meus melhores amigos.

Um dia um menino se afogou na piscina da escola, ficou lá, boiando morto. A mãe chegou desesperada quando soube, veio gritando Jesus, Jesus, Jesus ! E o colégio inteiro vendo aquela pobre mulher que gritava Jesus como louca, como se aquilo fosse trazer o garoto afogado de volta.

Eu achava lindo o minuto de silêncio que a professora pediu pra gente fazer em homenagem ao menino morto afogado. Até planejei me afogar naquela maldita piscina fedendo a cloro também, quem sabe eu também ganharia um minuto de silêncio.

Nunca mais na vida comi pão com goiabada.

46 comentários:

Anônimo disse...

Te conheci de primeira...
Você foi um menino levado? Pela foto, parace que era uma menino de muita energia.

Laura_Diz disse...

Tbm conheci na hora :)
ótimo post, adoro estas lembranças assim meio truncadas.
Vc não quer mais um mínuto de silêncio, né? existem outras formas melhores de homenagem- vc é artista sabe disto. :)
nunca comi pão com goibada, não gosto de pão com nada doce.
Cirandinha... lembro vagamente, eu morava na infância em Curitiba e sou mais velha que vc.
Bom domingo, que tenha sol.
bjão
Laura

Anônimo disse...

Jôka meu Rei,
como não poderia reconhecer a criança mais simpática sentada e com um sorriso irradiante e cativante?

Mas olha: é fácil de entender o motivo de não querer comer mais pão com goiaba ... puxa vida...

Mil beijos etenha um ótimo domingo,apesar do tempo,

Janaina de Almeida, Vila Isabel.

Vera F. disse...

Jôka, te achei de primeira!
Como vc tão pequeno se lembra de tudo isso?
Cabeça privilegiada, hein?
Eu não tenho nenhuma foto com os meus colegas de primário. Tristeza não ter ninguém para recordar...

Bom domingo.
Bjos.

ipaco disse...

Jôka, salve! salve!

suas fotos não ficam atrás. Me deu vontade de passear no calçadão...

abração
pt

Dani disse...

Carinha sapeca, hein? Devia aprontar muito no Cirandinha... :-)

Quando vejo fotos de escola, sempre me pergunto que fim terá levado toda essa gente...

Beijão, Jôka! :-D

Leleco disse...

Jôka,

Adorei esse seu post. Você tinha uma cara de ser quietinho.

Esse post me fez lembrar da minha época de colégio também. Estudava na sala de um garoto chamado Paulo, que me roubava todos os brinquedos dos colegas. Uma vez peguei tudo na mochila dele...rs

Comi muito pão com goiabada, pão com ovo mexido, e até pão com marmelada. Mas o que eu mais gostava era o pão com carne moída e catchup.

Nunca vi uma criança afogada, mas quando estava na sétima série, estava no pátio com meus colegas, quando vimos uma mulher pendurada no prédio vizinho, em pleno 7º andar. Lembro que o pessoal gritava: Pula!Pula!, e o professor tentando tapar, em vão, os olhos de todo mundo. A mulher se estatelou no chão do prédio, e a única coisa que sei é que ela foi levada pelos bombeiros.

Muito legal mesmo o seu post.

Um abraço,
Leleco

Anônimo disse...

eu te reconheci de primeira também...será que a Socila deu jeito na minha xará???? em mim não deu...continuo sem modos....

beijo grandão

Marilyn disse...

Bati o olho na foto e falei:
- Aposto um sanduíche *a escolha do freguês* que J.P. é este aqui, ó!
Pois *zé*, acertei e deixa o sanduíche pra lá, vamos manter o shape!
Linda foto, viu! Eu tenho algumas... mas acho que do primário, não.
Em meus vinte e poucos anos, prefiri mais fotografar do que ser fotografada...
Mas é uma ótima recordação. Sempre revejo as fotos do colégio e da faculdade, adooooro!
Amigos e histórias. É quando conseguimos parar o tempo...
Beijo!

Angela Ursa disse...

Jôka, eu tinha enviado um comentário neste tópico, mas não está aparecendo aqui. Será que fiz alguma coisa errada? Beijos da Ursa da super madrugada! :))

Anônimo disse...

Acho que se vc nao dissesse quem vc era, naos eria difícil saber quem era o Jôka menino...rss muito fofo hein?!

As lembranças de criança marcam muito mesmo...até hoje, como vc, lembro de gostos, cheiros, sensaçoes...

Triste a história do menino afogado e genial a sua percepçao do caso. Achar legal a atençao que o menino teve e querer pra vc tb...sinal que a escola, as pessoas, deveriam ter te dado mais atençao. Acontece isso: os adultos, as escolas nao levam muito em conta, nao percebem muitas vezes, o que a criança precisa de verdade. É tudo muito comercial.

beijos

Yvonne disse...

Jôka, também te reconheci. Não foi fácil. O seu pão com goiabada me fez lembrar uma história que postarei brevemente. Beijocas

Anônimo disse...

jôka,
essas lembranças da infância ficam " entranhadas",não saem nunca.
eu tenho poucas lembranças boas da minha.
bom domingo!tertu

Luna disse...

Existem recordações de infancia que nos acompanham para sempre.
Tens um sorriso bonito em menino, espero que não o tenhas perdido.
beijos

Anônimo disse...

e filho dele? ou marido? estou meio devagar hoje...

K disse...

Fácil identificar... esse sorrisinho maroto só podia ser seu!
pão com goiabada é tãooo bom! ai meu regime! :)
adoro essas estórias de colégio... eu achava o máximo as aulas de teatro e quando cantávamos o hino nacional, em fila...
beijo, queridinho

Anônimo disse...

Bom,antes de baixar as fotos,eu já te reconheci de prima,hehehe
Engraçado como as coisas que nos acontecem na infancia nos marcam a vida toda. Ainda que hj possam ser corriqueiras.
Abração,JÔKA!!

Anônimo disse...

Jôka,
muito lindinho o Jôka mignon, que cabelo! é o poder do pão com goiabada!!!
Beijos!

Anônimo disse...

Que coisa guri!Eu também comi muio pão com goiabada na escola. Amei teu post.
Aqui no Sul se diz "pão com chimia". Podia ser de goiaba, de banana (essa dos deuses!), de abóbora com coco, de figo... Meu Deus! E todas feitas pela vó Lourdes. Pena que nao tenho fotos.Que não tenho mais a vó pra fazer chimia. Que não tenho mais aquela idade. Só a lembrança...
Adorei!!!

Micky disse...

Depende, Jôka. Na segunda-feira passada, por exemplo, ao olhar a lista de deputados eleitos, tomei a seco. Não deu tempo de chegar até a cozinha para buscar a água.

Anônimo disse...

identifiquei logo de primeira...rs..ainda bem que vc. não teve 1 minuto de silêncio,né?tadinho do menino!
beijos

Adam Flehr disse...

Eu também identifiquei logo o menino lourinho com cara de levado!
Mais difícil foi identificar as recordações tão íntimas e profundas como as que vc compartilhou conosco.
Vc merece mais do que um minuto (de aplausos) pelo conjunto da obra!

Abraços,

Anônimo disse...

fácil. Tem até zoom. ahahah

Anônimo disse...

Faço ideia o horror dessa mãe!!! Perder um filho deve ser a pior de todas as dores! Mas em relação à foto, o Joka tinha cara de maladreco!!! Pregava muitas partidas aos seus coleguinhas?
Bons tempos, não é Joka?
Beijinhos da Dani

Avassaladora disse...

Querido, obrigada pela lembrança, vou colocar no Blog!!!
Eu adivinhei de primeira quem era você!!!!hehehehe
Lembranças são ótimas!!!

Anônimo disse...

Vou acrescentar o pão com goiabada ao cardápio do meu restaurante, em sua homenagem.

Janaina disse...

Rá! Dava pra saber na hora quem era o Jôka P. Seu rostinho não mudou...
Pão com goiabada? Nunca comi...

Anônimo disse...

Você é inconfundível!! Fiquei olhando a primeira foto pra saber quem era, nem pensei que fosse dizer! Pensei que iria deixar no ar pra gente advinhar...
Goiabinha duchem (é assim que escreve?) Comi tanto aquilo que hoje em dia odeio!!
Eu ficaria traumatizada vendo esse menino morto, cruixx!!
Único amigo de infância que morreu, faz pouco tempo! Suicídio!
Ninguém imagina o por quê, nem tudo tem explicação!
Boa semana! Beijus

Anônimo disse...

Ainda deve ter um pouco desse menino dentro de você, não tem não?
Senão você não lembraria de tantos detalhes. Sumido, Beijos

Chris disse...

Acredita que eu vi aquele menino sentadinho, com o cabelo dividido pro lado e chutei: "o Jôka é esse aqui"... e não é que acertei? :-)))
Nossa, que história triste essa do menino afogado. Quê que é isso... se fosse meu filho essa escola ia ver... e ela ainda tinha ratos?! Meu Deus! Que escola é essa... ainda bem que vc não se afogou. Não precisa disso não, é só pedir que a gente faz um minuto de silêncio para você. :-)))
[]'s

Anônimo disse...

nao tinha reconhecido, acho q vi soh uma foto tua, sou nova por aqui.
Socila, poxa me recordo bem...
Beijos
Meire

Denise! disse...

Olá Jôka,
Que carinha de sapeca, hem? Adoro goiabada e com queijo fica uma ótima combinação, mas como disse a Nane aqui no sul é pão com chimia.
E o tempo aí no Rio, como está hoje? Por aqui tivemos um sábado nubladão, um domingo lindo de sol e uma segunda idem, nada a ver com trabalhar em escritório, mas fazer o quê, né?
Até!!!

Andréa disse...

Te achei de cara! Vc continua com a mesma carinha!

Joka, queria saber o que vc acha disso. Leia o que o Cony escreveu hoje na Folha de SP. Reproduzo aqui. Desculpa por tomar tanto espaco!:

CARLOS HEITOR CONY

Ai de ti, Copacabana!

RIO DE JANEIRO - Uns dias de molho e fiquei sem passar pela praia de Copacabana, que desde a minha infância faz parte do meu itinerário urbano. Ontem, aproveitando a tarde bonita, peguei a avenida Atlântica na direção Leme-Posto Seis.
Fiquei espantado, e mais que espantado, irritado, com a sucessão de tapumes na areia, desfigurando não apenas o desenho da praia, mas dando a impressão de uma favela em construção. Cada tapume, acredito eu, será uma arena esportiva ou um "espaço cultural" dos muitos que se criam por aí.
Lembro uma crônica de Machado de Assis sobre a baía de Guanabara por ocasião de um melhoramento qualquer que a prefeitura cismou de fazer, se não me engano, ali pela altura da praia do Flamengo. Machado temia ver a baía inteira aterrada, transformada num circo de cavalinhos.
Circo de cavalinhos, no tempo de Machado, seria uma espécie de espaço de lazer e cultura. A crônica foi muito lembrada por ocasião do aterro do Flamengo, que teve o mérito de ser disciplinado por urbanistas e paisagistas, sob a direção inteligente de Carlos Lacerda. Não é o que está acontecendo em Copacabana. Os tapumes são horrorosos em si mesmo e deverão esconder eventos certamente horrorosos para aquele local.
Lembro também quando foi ampliada a praia de Copacabana no governo de Negrão de Lima. Alguns tubarões imobiliários apresentaram projetos que construiriam prédios do outro lado da avenida. O preço dos terrenos resultantes daria renda colossal para os cofres do antigo Estado da Guanabara.
Evidente que Negrão de Lima repudiou a idéia, embora alguns órgãos da imprensa a tivessem apoiado. Foi pensando nisso que também lembrei de uma crônica de Rubem Braga: "Ai de ti, Copacabana!".

Mosana disse...

gente eu amo essas fotos antigas! tenho um punhado delas aqui tb!
opa! eu tb fiz socila! hehehehehhehe
tadinha da mãe do menino!
:(
beijos

Jôka P. disse...

Andrea,
os tapumes aos quais o cronista Carlos Heitor Cony se refere horrorizado não são para a construção de arenas ou espaços culturais.
Essas tapadeiras de compensado estão lá em função da construção simultânea dos novos quiosques da orla, que são lindos, têm banheiros ótimos e são muito mais seguros, modernos e confortáveis que os antigos.
Sem os tapumes, as obras seriam inviáveis.

Jonas Prochownik disse...

Nunca comi pão com goiabada.
Tenho pavor de engordar, mas sou capaz de TUDO por uma fatia de queijo Regina.
Beijos diet
Kristal

Tina disse...

Oi Jôka!

Lembrei dos meus tempos de colégio aí no Rio... Tenho várias fotos em PB no Col. São Marcelo, na Gávea.

Vc tem cara de "levado" , sabia? rs

Nunca mais tomei "leite com toddy" que levava na lancheira, tenho horror. E essa criançada de hoje ainda reclama...

beijos querido, boa semana.

Anônimo disse...

Oi Jôka!

Eu tb te reconheci de cara, vc mudou pouco. Vc sempre foi gato, desde pequenino.
Gosto muito destes teus registros do passado. Adoro ver estas fotos antigas...é incrível como as coisas que acontecem na nossa infância ficam na nossa memória para a vida toda...

Beijocas e uma linda semana prá tu!

Ritoca

Jôka P. disse...

Miau, Ritoca !
:)

Lena disse...

Essa foi fácil! Tens a mesma carinha marota até hoje! Grande beijo, com saudade de tuas visitas!
Lena (do Página 1, lembra?)

Anônimo disse...

Jôka, a foto é bacana, tenho uma parecida com essa. A história do garoto morto é sinistra e ainda bem que seus planos não foram adiante. Um abarção
Ahh... recebi o convite, fiquei feliz, vou comentar por email.

Laurinha disse...

Achei voce sim, na horinha! Muito lindinho com um sorriso sapeca!
Que estoria triste a do menininho que se afogou!
Ja comi muita bolacha com goiabada, ai que saudades! Ai que saudades dos tempos de escola. Eu estudei numa chamada Ciranda Cirandinha, quando eu era pirralha assim como voce nessa foto.
Beijo

Anônimo disse...

Caramba, estou me sentindo um paleantólogo sendo que o fóssil encontrado é o meu... Depois de anos sem sucesso procurando na rede alguma referência ao Cirandinha encontro uma foto onde apareço quando tinha 10/11 anos de idade em um post escrito 3 anos atrás em um blog aparentemente abandonado. Nesses momentos é que podemos constatar como nossa memória é tão seletiva cquanto falha. Não me lembro de você Joca, só me lembro dessa professora que era uma das poucas tias feias daquele priviligiado colégio e de alguns poucos rostos sem nome que por alguma razão me ficaram gravados... Como esse rostos podem sumir com tanto tempo de convívio... e outros ficarem sem nenhum motivo em especial... Que historia é essa de garoto que morreu naquela picina onde aprendi a nadar?! Será que minha memória é capaz de suprimir algo assim? Eu estudei lá dos 4 aos 12 anos de idade, algo como isso não me teria sido oculto, eu era de casa... Se esse garoto morreu com direito ao drama de uma mãe gritando, posso decretar o afogamento da minha memória. Eu busco o Cirandinha como quem busca um pedaço de mim que ficou perdido no tempo quando construiram um prédio horroroso em cima daquele jardim que tanto brinquei. Quero saber finalmente que ponte era aquela que ficava no fim daquela ladeira e que passava bem em cima do local onde você disse que alimentava os ratos. Quero saber o que foi feito do pessoal que trabalhava no colégio, das tias... O que foi feito dos colegas aos quais me lembro... Ainda morava no Brasil quando, de dentro de um frescão, vi passar na Av. Copacabana o Juvacir, aquele garoto que tinha o rosto deformado e que se tornou meu amigo... Fiquei tão feliz em ver que tinha sobrevivido, diziam que não chegaria a fase adulta. Bom, sem muita esperança que seja lido, eu sou o João, aquele garoto de camisa listada na horizontal bem atrás de você. Se souber de alguma coisa acerca do Cirandinha e quiser compartilhar, meu email é canali54@aol.com isto é se ainda acompanhar esse thread depois de tanto tempo... Quem sabe outro nostalgico historiador de si mesmo encontre esse texto daqui a não sei quanto tempo... Ah, obrigado pela foto.

Doutel disse...

Eu estudei neste colégio, de 1964 a 1968. De minha janela vi ser demolido, em 1974. A família MAtarazzo pediou o imóvel, Dr. Carlos e Sr. Décio entregaram. E aí parte se fundiu ao Chapeuzinho Vermelho, parte consituiu o Colégio Leblon. Eu fui aluno do 1º Jardim (1964, Baby, Berenice), passando por Marília, Pré-primário (1966), Judith no 1º primário (1967) e Sonia (2º primário). Como morava na Rodolfo Dantas 91/1004, de minha janela tinha a visão do colégio, antes de ser demolida a casa e constuido o duplo prédio que lá está até hoje. O reflexo do sol na psicina batia no teto de meu quarto, para terem uma idéia... Infelizmente nunca, até agora, consegui encontrar site ou grupo deste extinto colégio. Fiquei feliz em ver este blog, achado pelo Google. Pelo original da postagem, vocës devem ser 2 anos na minha frente, já que fizeram o pré-primário em 1964.

Doutel disse...

Caso queiram contato, tentar agrupar ex-alunos do Cirandinha, contem comigo. Sou fácil de achar no Facebook.

Doutel disse...

Nós, ex-alunos do Cirandinha, temos um grupo no Facebook, onde todos ex-alunos e ex-funcionários são muito bem vindos: https://www.facebook.com/groups/1569138646639709/?ref=bookmarks