Disney in Copacabana

Acordei no Domingo com um tum-tum-tum musical muito alegrinho vindo da rua.

Abri a cortina e vi meio incrédulo a seguinte cena: um castelo da Bela Adormecida, todo trabalhado em isopor, se aproximava da minha janela, enquanto uma multidão de gente suarenta (com criancinhas apavoradas nos ombros) saltava do Metrô, e corria na direção da praia.

Olha só a situação.

Não sei que força sinstra me levou a descer até a beira da Praia de Copacabana, pra participar daquela inesperada cerimônia kitch.

Acho que foi uma certa curiosidade mórbida, um masoquismo sórdido. Ou auto punição, sei lá.

Respirei fundo e consegui atravessar aquela massa humana - e com alguma dificuldade, fotografei casais de príncipes e princesinhas vestidos de cetim, que suavam abundantemente enquanto acenavam, se equilibrando sobre alegorias mambembes, de um gosto lamentável.

Bem feito pra mim, pensei. Bebi cervejas demais ontem - preciso me redimir dessa culpa etílica.

Olha só isso ! Você não imagina o que era "ao vivo"!

Até eu, que quase sempre tenho um olhar bem humorado sobre as coisas e geralmente até gosto de uma cafonice, tive crise de pânico, náusea, surto de depressão e taquicardia.

De todos os personagens infantis, o que sempre me deixou mais perplexo foi o Mickey. Nunca entendi bem o perfil psicológico e nem a razão da existência dessa abominável ratazana de cartolinha. Tenho muito medo.

Bom, fiz as fotos e coloquei aqui no blog. Vocês achem o que quiserem. Na boa, eu não me meto mais.

Afinal, não vivo dizendo que em Copacabana tem de um tudo, que aqui tudo é possível? Então.

Fotos - Jôka P.