30 abril 2009

"Volta do mar, desmaia o sol, e o barquinho a deslizar.

É a vontade de cantar...


Céu tão azul, ilhas do sul, e o barquinho é o coração deslizando na canção.
Tudo isso é paz, tudo isso traz uma calma de verão.
E então ...


O barquinho vai, e a tardinha cai


O barquinho vai, e a tardinha cai..."



( Ronaldo Boscoli )

Fotos de Copacabana - Jôka P.

26 abril 2009

Gente Fina



Bruno Drummond


23 abril 2009

Somos todos iguais essa noite...



Ninguém nunca me viu falar de política aqui, até porque tenho tanto interesse por esse assunto quanto por futebol, lesbianismo, ginecologia ou física quântica.
Mas agora que o deputado Fernando Gabeira foi flagrado na maior farra, usando passagens pagas com os nossos impostos pra mandar a filha surfista pra viagens pelo mundo afora, quero deixar claro que êle nunca mais vai ter um mísero voto meu.
Fernando Gabeira até que me enganou bem direitinho, se fazendo de pilar de integridade, com seus discursos de defensor da ética, da integridade e da justiça.. Ã rã... Quase me convenceu como super herói da política, mas é tão Odorico Paraguassú quanto qualquer bispo Crivela. Sem tirar nem por.
Que papel mais triste ! Gabeira não tem moral nenhuma pra falar de ética e nem pode apontar o dedo pra mais ninguém porque é um lobo em pele de cordeiro, um palhaço cínico, amoral e hipócrita !

Photobucket

E nem adianta vir com esse papinho de que se arrependeu e que vai devolver a grana e coisa e tal. Babau ! A sua credibilidade custa muito mais que essas passagens aéreas. Já era. Agora é tarde, Inês é morta.
Quer dar o exemplo ? Então pede pra sair.


Acabou-se o que era doce.




21 abril 2009

Garotão

Nunca imaginei que o Av. Copacabana fosse durar esse tempão. Mas sou assim mesmo, sempre acredito que as coisas não vão durar muito. Passei a vida dizendo adeus. Adoro essa frase. Acho o máximo. Sempre quis dizer isso pra alguém: “- Não se preocupe comigo, afinal de contas passei a vida inteira dizendo adeus.”

Se eu for contar aqui quais são os blogs que visito, os que me inspiram, os que me encantam, me surpreendem, me comovem e me deixam feliz, não vai ter nem espaço. E, pior ainda, corro o risco de acabar esquecendo alguém. Sim, porque pra mim cada blog é alguém.

De alguma forma, eu também vivo dentro desse blog. Estou aqui, criando e experimentando.
A minha inspiração vem, em parte, dos recados que deixam em cada post.
Os comentários são as respostas de um blog, as gorjetas, as recompensas. Mesmo aqueles anônimos que dizem não gostar de mim e nem desse blog, mas que estão sempre aqui, até os visitantes calados, os tímidos, os malucos, os desajustados, os desaforados, os furiosos, os esquisitões, os toscos, leio todos. E agradeço a cada um. Obrigado. Vocês são o recheio do meu bolo.

"Just us, the cameras, and those wonderful people out there in the dark !...
All right, Mr. DeMille, I'm ready for my close-up. "

(Norma Desmond- Sunset Blvd.)


O Avenida Copacabana está completando quatro anos. Um garotão.

20 abril 2009

A Banda das velhas virgens


Será que
Susan Boyle vai aceitar o convite pra perder a virgindade em um filme pornô, em troca de um inacreditável cachê de 1 Milhão de dólares ?
E se ela decidir perder o selinho virginal diante das câmeras
, será possível que alguém vá realmente se prestar a assistir essa cena tão bestial e assustadora ?

Não tenho a menor paciência pra essa mulher. Odeio a “cultura da coitadinha” - mistura de adoração com peninha da patética sósia de Madame Min.

Sou feia mas tô na moda.



18 abril 2009

Se essa rua fosse minha

" Se essa rua, se essa rua fosse minha
eu mandava, eu mandava ladrilhar
com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes
para o meu, para o meu amor passar."

(autor desconhecido)

fotos - Jôka P.

Bem-vindos à Av. Atlântica, Copacabana, Rio de Janeiro, Brasil. Esse é o lugar onde nasci, aonde moro - e é daqui que escrevo essas coisas pra vocês. Está entardecendo e faz um sol forte, dourado e fulminante. Na praia, o vento sudoeste, cheiro bom de pipoca e o maior vaivém.

Ninguém percebe aquelas letras quase invisíveis, “P” e “S”, escritas no calçadão. É a lembrança de uma história que uniu um casal de namorados, Priscila e Sebastião, no final dos anos 70. Rio, verão e amor.
Priscila, mulatinha de sorriso tímido, era babá. Cuidava dos gêmeos de Dona Clélia, uma argentina de sombra azul nos olhos, casada com Seu Miguel, dono da fábrica de biscoitos Marilú.
A doméstica conheceu Sebastião bem ali, enquanto passeava os meninos no carrinho duplo. O rapaz era pedreiro. Um moço sério, nordestino arretado, de pouquíssimas palavras.
Os dois conversavam todas as manhãs, sentados em um daqueles bancos duros de cimento. Fizeram planos de casamento, tinham mil sonhos de futuro, juraram amor eterno.

A fábrica de biscoitos Marilú pegou fogo, saiu até na Revista O Cruzeiro, foi uma coisa medonha.
Dona Clélia ficou viúva e sem um tostão - teve que voltar pra Buenos Aires. Levou consigo a fiel babá Priscila, pra cuidar daqueles garotos magricelos que eram alérgicos a quase tudo, vomitavam sem parar. Um nojo. Aliás, dois nojos.
Os operários que, naquela época, estavam construindo o novo calçadão, ficaram tão comovidos com a tristeza de Sebastião que decidiram esculpir o “P” e o “S” na calçada, com as pedras portuguesas.
Priscila e Sebastião nunca mais se viram. Sumiram no mundo, como se nem tivessem existido. A vida tem dessas coisas. Mas de alguma forma, Priscila e Sebastião permanecerão juntos, com as iniciais eternizadas na calçada de Copacabana.

Agora já vai anoitecer. Sinto alívio e tristeza. Quase uma melancolia, mas não é ruim. Abro bem as janelas e fico respirando o ar salgado de maresia. Acho que nunca consegui enxergar assim tão longe, e nem tão bem.
Lá no fundo, na linha do horizonte, sobre o mar, o farol da Ilha Rasa acabou de acender. No céu, um toque de cor ainda sutil, indefinido, meio laranja, meio vermelho, roxo, inquieto. Mais tarde, aquilo será a lua.



P.S. – eu te amo.



13 abril 2009

Querido blog...



Querido blog,
dizem que a internet isola as pessoas, mas isso não é uma regra exata.
Conheci gente bacanérrima através daqui, pessoas super queridas com quem ADORO me encontrar pra almoçar, tomar chopp e rir muito, colocando a vida em dia, conversando sobre tudo, mas principalmente sobre... blogs.

Lembrei de tipos hilários (uns até assustadores) que já passaram por aqui, como a blogueira fanática, uma espécie de ciber sacerdotisa católica que sempre dava um jeito de me deixar alguma mensagem religiosa.
O meu post podia ser sobre qualquer assunto, mas ela acabava encaixando nos comentários um louvor cristão. Era Deus pra lá, Deus pra cá... cruz credo ! Ela me lembrava muito aquela mãe diabólica da Carrie, a estranha. Aleluia, Gretchen !

Teve também o blogueiro super carente e sem noção, que mandava e-mails pra todo mundo avisando que tinha feito um post novo. Ele deixava comentários-spam do tipo “Oi, sumiu ? Que saudades !”. Só pra implorar uma visita. Juro. Assim, tipo esmolinha. Tadinho.
Aposto que vocês também devem conhecer um desses seres suplicantes.

Ah, e a mais inesquecível: a minha, a sua, a nossa, a blogueira “Atração Fatal” !
Ainda ontem acordei bem no meio da noite, berrando, ofegante, todo suado, quando tive um pesadelo com aquela mulher deprimente e ciclotímica.
A criatura terrível começou me “adorando”, morrendo de amores por mim. Me mandava mil e-mails, jurava admiração eterna e tal. Uma fofa. Daí, de uma hora pra outra ela passou da paixão absoluta ao ódio fulminante e devastador. Assim, puf ! Virou uma Glenn Close furiosa.
Mudou com a mesma velocidade vertiginosa com que a calvície dela avançou sobre a testa desproporcional e a transformou em uma réplica minúscula da Maria Bethânia.

Dizem que ela ainda costuma vir aqui, gemendo baixinho, igual a uma alma penada.
Reza a lenda que quando todos os computadores já estão desligados, a monstrinha ciclotímica vaga sozinha pela escuridão da internet, babando e uivando, como uma loba faminta.


Querido blog...



Mini Jôka

09 abril 2009

Coelhinho da Páscoa, que trazes pra mim ?

Não tenho Twitter. Não tenho e nem nunca vou ter.
O slogan “ O que é que você está fazendo agora ?” logo de cara já me afasta definitivamente dessa engenhoca.
Sei lá, afinal, não vejo qual é o interesse exibicionista em ficar divulgando “o que é que eu estou fazendo agora”? Agora acordei. Agora estou tomando café com leite e pão com geléia diet. “O que você está fazendo agora ?” Agora estou na academia. Agora estou almoçando. Ã rã. Agora estou escovando os dentes. Agora é xixi. Agora é cocô. Agora vou ao médico fazer exame de próstata. Ã rã.
Pra que ? Não interessa. Sem contar que isso não é da conta de ninguém.
Tirando que esse lance de “seguidores”, fala sério, isso parece coisa de seita evangélica. Medo. Muito medo.


Se por acaso a gente não se vir até a Páscoa, então muitos bombons, muitos chokitos e muitos, mas muitos ovos de chocolate pra todo mundo.

O coelhinho, se eu fosse como tú, tirava a mão do bolso e...


07 abril 2009

Todo mundo sabe que todo mundo sabe

“No orkut todo mundo é pobre
No facebook todo mundo é rico
No flickr todo mundo é cool
No twitter todo mundo é inteligente.”

(autor desconhecido)

Na internet todo mundo é carente.


Na internet todo mundo mente.


Menos você, é claro.

02 abril 2009

Se correr o bicho pega

O Governo do Rio de Janeiro pretende construir 11 muros nas favelas da Zona Sul da cidade para tentar conter a invasão e o crescimento desordenado e a destruição da Mata Atlântica. Os muros terão três metros de altura e 11 quilômetros de extensão.

Sei perfeitamente que esse assunto não tem a mínima graça, ao contrário. Tenho certeza de que vou receber comentários de gente enfurecida que vai ser contra e vai achar tudo isso um fim de feira. E eu também acho.

É fácil dar palpite quando não se mora no Rio.
Só quem vive aqui sabe o terror que a gente vive por causa das ocupações ilegais e da marginalidade.
Aqui nos nossos bairros, onde pagamos IPTU, milhares de impostos e contas - ao contrário das favelas onde tudo é na base do gato, ou seja, de graça - todos os prédios têm grades e muros. Ninguém faz isso por que acha bonito.
Nunca vi ninguém gostar de muros, a não ser os construtores e os fabricantes de tijolos e de cimento.
Infelizmente fomos obrigados a nos cercar pra nos proteger com um mínimo ou quase nenhuma segurança. Isso é muito triste (triste é pouco) mas é real. É por aí que a banda toca.
Sou a favor de tentar conter a devastação ambiental e as invasões ilegais. Pode até nem dar certo, mas se muros são uma tentativa, então vamos tentar. Construam os muros, e quanto mais altos, melhor. Afinal, por que é que só eu tenho que viver cercado ?

fotos - Jôka P.