Uma das maiores qualidades que alguém pode ter, além de ser magro e de saber ganhar dinheiro, é saber escrever bem. Deve ser a melhor coisa do mundo.
Acho bacana, bacanérrimo quem sabe escrever bem, superbem, quem tem aquele talento raro de saber descrever a vivência interna, a vida secreta que está embrulhada na nossa vida real.
Queria saber escrever com naturalidade e fluência.
Conseguir tornar emocionante uma narrativa banal, do tipo “acordei, tomei nescafé com dietil, duas torradas, fiz a barba, me senti só, li o segundo caderno do Globo, olhei os meus e-mails, deletei spams, dei ração pra gata, esvaziei a lixeira, liguei pra desmarcar o dermatologista, imaginei diferentes soluções pros problemas que eu tinha que enfrentar, fui à farmácia da esquina comprar um tubo de Redoxon, senti sono, senti medo, senti saudades, senti calor, senti fome (uma fome devastadora de gente que mora na Zâmbia), comi pastel de palmito, tomei um açaí na loja de sucos, cortei o cabelo, esqueci de uma coisa que eu queria mesmo esquecer porque me deixava infeliz e aí me aconteceu uma coisa in-crí-vel assim assado e tal e tal e tal...”.
Babau.