Palavras ao vento...

Esse sábado fez um dia lindo, com um céu azul de Photoshop.

Respirei fundo e fui dar um andadão na Avenida Atlântica.
Desci com a câmera digital até a beira d´água, coisa até meio arriscada, já que para os padrões cariocas passo facilmente por um turista estrangeiro.
Sou descendente de europeus, e graças a isso ( Deus não tem nada a ver com essa história ) não tenho a exatamente a cara de um brasileiro típico.

Gloria Maria anunciou numa pesquisa conclusiva do Fantástico que 76% dos brasileiros tem dificuldades em admitir sua verdadeira cor.
Sinceramente, não tenho o menor problema quanto a isso.
Assumo numa ótima : sou branco, louro, de olhos verdes, viu ?

Pois bem, resolvi arriscar e fui fotografar os seres humanos que não acreditam no câncer de pele e que ficam horas torrando no sol.

Sabe aquelas garotinhas oxigenadas, que vêm de longíssimo, se embarafustando pelo Metrô, pra "pegar um bronze".

E que trazem sempre mil traquitandas : bolsão, cadeirinha, canga e uma "colega" ? Então.

Tinham duas assim aqui em frente, tendo os seus futuros "decifrados" pela cigana básica das redondezas.
Essas meninotas também são super chegadas a uma ciganinha.

Eu sempre tive horror de ciganas de todos os tipos.
Cigana, pra mim, nem a Carmen, de Bizet.
Não sei ao certo a origem dessa minha repulsa por essas misteriosas nômades.

Quem sabe vem daquela história de infância :
" Cuidado com as ciganas, que elas roubam as criancinhas..."

Não tenho explicação alguma para esse medo inexplicável.

A resposta está soprando ao vento.

Soprando ao vento, como cantava Bob Dylan.

Fotos - Jôka P.