Na fila do supermercado uma senhora alta, magra e muito chique me disse, definitiva :
-“ Desculpe, vou passar na frente ! Sou idosa e esse calor está um abacaxi !”
De bermuda cáqui e com o melhor rosto que uma mulher de uns 70 anos poderia ter, ela estava ali, comprando meia dúzia caixinhas de gelatina Royal diet. E mais nada.
Anotem, essa deve ser a receita de tanta elegância e beleza.
Eu a reconheci imediatamente: Ilka Soares, a manequim famosa e deslumbrante da década de 50.
-“ Desculpe, vou passar na frente ! Sou idosa e esse calor está um abacaxi !”
De bermuda cáqui e com o melhor rosto que uma mulher de uns 70 anos poderia ter, ela estava ali, comprando meia dúzia caixinhas de gelatina Royal diet. E mais nada.
Anotem, essa deve ser a receita de tanta elegância e beleza.
Eu a reconheci imediatamente: Ilka Soares, a manequim famosa e deslumbrante da década de 50.
Ilka que viveu dezenas de grã-finas em novelas globais, estava diante de mim, carregada de gelatinas, passando na minha frente da fila, e com todo direito.
Era idosa.
- Queria ver você de volta às novelas. – eu disse num surto explícito de tietagem.
- Eu também, meu querido. Eu também.
Era idosa.
- Queria ver você de volta às novelas. – eu disse num surto explícito de tietagem.
- Eu também, meu querido. Eu também.
Ela respondeu e saiu, piscando os olhos azuis, como dois lagos gelados.
Não sei porque, mas vivo esbarrando com estrelas.
Acho que a gente se atrai.
Não sei porque, mas vivo esbarrando com estrelas.
Acho que a gente se atrai.
Um tatu cheira o outro.
Ilka Soares, garota de Copacabana, desfilando o new look da década de 50, para a Casa Canadá, no Rio.
Naquela época, também desfilava para a mesma Maison, a jovem Danuza Leão.