Foto : Jôka P.
Não.
Não vou ficar repetindo aquela lenga-lenga mortal sobre a minha própria barriga, que eu tento ignorar, mas que todos os espelhos sempre denunciam cruelmente.
Sei que a fila está andando quando os mais jovenzinhos começam a me chamar de "tio".
E quando vou a um bar na Av.Atlântica, não bebo a quarta Caipiwodka, com medo de contar as mesmas estórias pela quinta vez.
Eu sei que estou ficando velho quando sabiamente passo a comer somente dois ovos por semana. E reduzo drásticamente a quantidade de Miojo, e troco o prato fundo pelo raso, temendo o mau colesterol e os triglicerídeos.
Sei que a fila está andando quando os mais jovenzinhos começam a me chamar de "tio".
E quando vou a um bar na Av.Atlântica, não bebo a quarta Caipiwodka, com medo de contar as mesmas estórias pela quinta vez.
Eu sei que estou ficando velho quando sabiamente passo a comer somente dois ovos por semana. E reduzo drásticamente a quantidade de Miojo, e troco o prato fundo pelo raso, temendo o mau colesterol e os triglicerídeos.
Quando o olho fica menor que a barriga, eu sei que estou envelhecendo.
Quando passo a andar um pouco mais devagar, porque a pressa só me leva mais rápido a lugar nenhum.
Quando olho pra trás e percebo que já morrí umas cem mil vezes.
Saio pra sempre da vida de alguém, fechando uma porta em silêncio.
E sei que vou ser esquecido.
Quando passo a andar um pouco mais devagar, porque a pressa só me leva mais rápido a lugar nenhum.
Quando olho pra trás e percebo que já morrí umas cem mil vezes.
Saio pra sempre da vida de alguém, fechando uma porta em silêncio.
E sei que vou ser esquecido.
JÔKA, Copacabana, abril de 2005
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